Toda vez que participo de algum congresso de fotografia, volto me questionando “onde eu me encaixo nesse universo?”. Nesse macrocosmo da fotografia. E me sinto muito pequena; muito insignificante mesmo.
Hoje estou me sentindo assim: “Quem sou eu na fotografia? Ninguém”.
Descobri a fotografia depois dos 40 anos. E faz pouco tempo; muito pouco tempo. Há 10 anos eu não sabia quem era Robert Capa e Henri Bresson. Uma Valise para mim era, simplesmente, uma mala pequena. Desculpem-me a ignorância.
Eu nunca tive contato com revelação química. Nunca fotografei com analógico. Não tive o privilégio de ser assistente de grandes fotógrafos ou trabalhar em grandes estúdios na juventude. Mas, nesses últimos 10 anos aprendi tanta coisa; tanta coisa! E ainda tenho tanto a aprender; tanto!
E também me questiono “onde a fotografia vai me levar”, “que tipo de fotografia gosto de fazer”, “que tipo de fotógrafo sou” etc. Enfim, tantas perguntas. Não tenho as respostas.
O que sei é o seguinte:
- Gosto de fotografar; me emociono com a fotografia; me realizo fotografando. Sou feliz quando estou fotografando. Sinto um imenso prazer ao entregar um trabalho e ver a satisfação do cliente. O prazer de capturar o sorriso, a lágrima, a emoção, o sentimento do retratado é impagável.
- Em tão pouco tempo de profissão, a fotografia já me proporcionou realizações, até então, inimagináveis.
Não vou revolucionar o mundo da fotografia. Não serei a nova Gerda Taro ou Vivian Maier, quica Annie Leibovitz. Talvez nunca faça nada de novo; nunca “saia da caixinha”. Talvez só fotografe clichés; sempre o mesmo do mesmo. Não deixarei nenhum legado na fotografia; não importa; para mim, não importa. O que importa é que gosto de fotografar. E se alguém mais gostar de uma foto minha, já está bom.